A Operação El Patron da Polícia Civil de Santa Catarina, que em janeiro de 2021 interditou um restaurante em Itajaí no Litoral Norte do Estado por vender carne vencida, resultou em 11 condenações que, somadas, chegam a 90 anos de prisão. Na época, o restaurante que fica às margens da BR-101, anunciava espeto corrido a R$ 16,99.
A investigação foi articulada pela Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), que identificou o grupo criminoso envolvido com furtos de cargas de carne e crimes contra as relações de consumo.
Os crimes eram praticados por funcionários da empresa responsável pela coleta de despojos de carnes, restos de carne bovina, suína e de frangos. Na época, a operação que foi comandada pelo delegado Osnei Valdir de Oliveira, cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Itajaí e em Balneário Piçarras.
Dois funcionários da churrascaria foram presos em Itajaí acusados de coagir testemunhas e comprometer a investigação da operação El Patron, que investigou roubo de cargas e crimes contra as relações de consumo em Santa Catarina.Os dois funcionários faziam a coleta e revenda das carnes vencidas para restaurantes. Um deles já tinha tornozeleira eletrônica, e o segundo foi indiciado depois da análise dos itens apreendidos. Ambos foram presos preventivamente.
Uma arma também foi apreendida, além da carne vencida. A Vigilância Sanitária de Itajaí acompanhou a ação.Denunciados pelo MPSC
Em março de 2021, o grupo suspeito de vender carne vencida a uma churrascaria em Itajaí foi denunciado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) pelos crimes de furto, receptação, formação de organização criminosa e comércio ilegal de armas.O inquérito policial apontou que o esquema incluía, além dos donos de uma churrascaria, os funcionários de uma empresa que fazia o descarte das carnes com o prazo de validade vencido.
Em fevereiro, dois funcionários foram presos acusados de coagir testemunhas e comprometer a investigação. Eles seguem detidos.Na denúncia, nove pessoas foram acusadas dos crimes de furto, receptação, formação de organização criminosa e comércio ilegal de armas.
Para o MPSC, os donos da churrascaria sabiam da procedência do produto, que era comprado com valor abaixo do mercado, e mesmo assim ofereciam as carnes aos clientes.