Em dezembro, Caetano e a família presenteiam os garis com bombons e refrigerantes (Foto: Arquivo pessoal, cedida )
— Isso foi começou uns três anos atrás... à tardinha, depois da aula, a minha sogra ficava com ele lá fora e começava a passar o pessoal do lixo ali. Daí ele gritava para eles e eles buzinavam e davam tchau. Ele começou a gostar. Às vezes ele chegava da escola muito cansado daí não via, mas 99% das vezes ele ficava esperando os amigos passarem. Depois que os amigos passavam, como ele chama, ele entrava para ir dormir — conta o pai da criança, Cássio Baggeio.
Foto: Arquivo pessoal
A admiração do Caetano pelos garis fez com que ele quisesse uma roupa igual a que os profissionais da limpeza usam em Chapecó.
— Nós procuramos na cidade e não tinha [a roupa], daí nós fomos para a internet e achamos na internet. Compramos, personalizamos com o nome dele e ele já chegava da escola, vestia a roupa e ficava esperando os amigos — explica o pai.
A empolgação do Caetano para ver o grupo da limpeza urbana fez com que a família se mobilizasse para presentear os garis no período das festas de fim de ano. Há três anos, a criança e os familiares compartilham bombons e refrigerantes com os trabalhadores. Mas, fora do período natalino, a admiração da criança se mantém, sete dias por semana.
— Sempre que a gente está na rua andando e o Caetano vê o caminhão de lixo, ele diz: "meus amigos, meus amigos!". Daí a gente abre a janela, buzina para eles... eles são bem legais. E isso acontece no mínimo toda terça, quinta e sábado lá na frente de casa — afirma Cássio.
No último domingo (30), o carinho de Caetano com os garis da cidade foi reconhecido. Uma representante da empresa responsável pela limpeza urbana em Chapecó presenteou o menino com a miniatura de um caminhão de lixo.
— Ele ficou muito feliz — disse o pai.
Foto: Arquivo pessoal