Apesar de ter fechado o primeiro semestre do ano no país com queda nas vendas de 3% e de ainda enfrentar obstáculos como a falta de peças e os juros altos, é possível que o setor de veículos novo encerre 2022 com crescimento de 3% a 4% nas vendas frente a 2021. A estimativa é do presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), José Maurício Andreta Jr., que participou na segunda-feira (18) da abertura do 13º Congresso Fenabrave-SC, no Centrosul, em Florianópolis.
— Tivemos o primeiro trimestre muito fraco, recuperou no segundo trimestre. A tendência, agora, é de crescimento. Historicamente, no segundo semestre as vendas do setor são de 13% a 15% maiores do que no primeiro semestre. Nossa primeira expectativa é de que deveremos igualar o resultado com o ano passado. Porém, eu acredito num crescimento de 3% a 4%, que foi a nossa primeira projeção, feita em janeiro. A expectativa é de que tenhamos produtos — explicou Andreta Jr.
Segundo ele, existe ainda muita irregularidade na entrega de componentes vindos da China. Por isso, a produção nas fábricas está irregular.
— Temos 500 mil pedidos em carteira para serem entregues entre concessionárias e montadoras. Temos 550 mil cotas de consórcios para serem entregues. O problema é que o carro ou o caminhão que o consumidor quer não está sendo produzido — disse o presidente da Fenabrave.
Diante desse descompasso, as fábricas estão produzindo o que podem, que não é um veículo tão avançado como deseja o consumidor. Então, as vendas demoram mais. No primeiro semestre, as vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil caíram 15,4% e em SC, 17,21%. As vendas gerais de veículos em SC, incluindo os pesados e motos, caíram 7,9% no primeiro semestre.
Entre os setores que estão vendendo menos do que em 2021 está o de implementos rodoviários, em especial reboques e carrocerias. O diretor da Rodan, distribuidora Randon no Litoral de SC, Fabrício Selva, disse que no ano passado o setor cresceu 32%, um recorde de vendas e o pós-vendas cresceu 19%. Este ano, com a alta do diesel, as vendas de novos equipamentos caíram. A perspectiva é de fechar o ano com venda 10% menor do que no ano anterior. As eleições devem ajudar um pouco, estima ele.
