VIOLÊNCIA - 07/02/2023 22:42 (atualizado em 07/02/2023 22:47)

O que se sabe sobre os casos das quatro vereadoras de SC ameaçadas de morte

Parlamentares mulheres de Joinville, Florianópolis, Criciúma e São Miguel do Oeste receberam e-mails de ameaça à vida
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Vereadoras ameaçadas de morte são de diferentes cidades de SC (Fotos: Reprodução/Redes sociais)

Pelo menos quatro vereadoras de diferentes cidades de Santa Catarina receberam ameaças de morte no intervalo de dois dias. De domingo (5) a esta terça-feira (7), Ana Lúcia Martins (PT), de Joinville, Carla Ayres (PT), de Florianópolis, Maria Tereza Capra (PT), de São Miguel do Oeste, e Giovana Mondardo (PCdoB), de Criciúma, foram insultadas e ameaçadas por meio da internet.

"A vitória final virá e iremos matar você". "Seus dias e os dados [sic] sua família estão contados", diziam alguns e-mails recebidos pelas parlamentares.

A Polícia Civil informou que já ouviu as vítimas e apura a complexidade das ameaças para garantir a segurança das parlamentares.

Quem são as vítimas?

- Ana Lúcia Martins (PT): primeira vereadora negra de Joinville, cidade mais populosa de Santa Catarina, no Norte do Estado
- Carla Ayres (PT): vereadora de Florianópolis
- Maria Tereza Capra (PT): parlamentar que teve mandato cassado em São Miguel do Oeste após denunciar suposto gesto nazista em ato antidemocrático
- Giovana Mondardo (PCdoB): vereadora mais jovem eleita em Criciúma, no Sul catarinense

Além delas, Manoel Dias, presidente do PDT catarinense, o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Justiça Flávio Dino e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também são citados no e-mail.

Por onde as ameaças chegaram e o que foi dito?

As ameaças foram feitas por e-mails recebidos pelas quatro vereadoras em seus e-mails corporativos.
- Para Ana Lúcia, além da ameaça de morte, as ofensas foram racistas. Já para Carla, o conteúdo tinha ofensas lesbofóbicas.
- Maria Tereza, que é citada em ambos os e-mails, sofre ameaças de morte desde que denunciou a suspeita de gesto nazista. Giovana foi chamada de comunista, entre outros insultos.

Por qual motivo as vereadoras foram ameaçadas?

As mulheres foram ameaçadas após elas se manifestarem contra a cassação da vereadora Maria Tereza, que perdeu o mandato na madrugada de domingo (5). Ela havia criticado o ato de manifestantes que faziam um gesto semelhante a uma saudação nazista, assim como outros políticos e figuras públicas.

Em 2 de novembro de 2022, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirmou que iria investigar o conteúdo de vídeos publicados nas redes sociais e em 12 de dezembro, a investigação sobre gesto suspeito foi arquivada. O MPSC diz que concluiu que foi uma "resposta dos manifestantes ao chamamento feito pelo orador que conduzia o ato para que todos erguessem a mão para emanar energias à frente".

O que diz o vereador citado por fazer as ameaças?

Vice-presidente da Câmara municipal de São Miguel do Oeste, o vereador Vanirto Conrad (PDT), negou que tenha feito ameaças. Ele também afirmou que fez um boletim de ocorrências sobre o caso.

"Se esse e-mail porventura existir, só pode ser fruto de invasão de minhas redes sociais ou de alguém que criou um e-mail falso em meu nome para criar um factoide político", disse Conrad.

No e-mail, o vereador é citado como presidente da Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste. No entanto, o político compõe a mesa diretora como vice. Pedetista, Conrad é alvo de um processo de expulsão dentro da própria legenda após a informação de que teria sido apontado pela Polícia Civil catarinense como líder de manifestações golpistas depois das eleições.

O caso já chegou ao Ministério dos Direitos Humanos?

O caso das vereadoras foi levado ao Ministério dos Direitos Humanos, em Brasília. No domingo, a pasta prestou solidariedade a parlamentar cassada.

"A violência política e de gênero, os discursos de ódio e as ameaças antidemocráticas são e serão vigorosamente combatidas pelo MDHC, que reitera seu compromisso inabalável com Estado Democrático de Direito neste país".

As vítimas fizeram boletins de ocorrência sobre os casos?

Ana Lúcia, Carla e Maria informaram nesta terça-feira (7) que já fizeram boletins de ocorrência. Giovana afirmou que irá realizar a comunicação à Polícia Civil nos próximos dias.

As ameaças e ofensas são investigadas por autoridades?

Ao g1 SC, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou que as autoridades estão fazendo um levantamento sobre as ameaças. Com as primeiras informações, a previsão é de que caso seja repassado à Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância.

Fonte: NSC
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