REPERCUSSÃO NEGATIVA - 24/05/2023 22:14

Governador Jorginho Mello repudia alusão de sobrenome de família SC a saudação nazista

Carta foi divulgada nesta quarta-feira (24) após repercussão de matéria divulgada no jornal Folha de S.Paulo que confundiu o sobrenome catarinense com saudação nazista
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Em carta aberta divulgada nesta quarta-feira (24), o governador Jorginho Mello (PL) repudiou a alusão do sobrenome de uma família de Santa Catarina a uma saudação nazista feita em uma coluna do jornal Folha de S.Paulo.

Na carta divulgada para a população nesta quarta-feira (24), o governador afirma ter ficado “indignado” com o caso e defendeu a família Heil, cujo sobrenome foi divulgado na coluna do jornal.

“Ela [jornalista] não sabia que escrever nome da família no telhado já era uma tradição de mais de 30 anos dos Heil, justamente para facilitar aos turistas a localização da pousada, quando não havia internet. Que esse sobrenome foi carregado por ilustres catarinenses”, afirmou.

“O povo catarinense fica chateado com essas coisas. Mas a moça pode continuar vindo aqui passear com a família, porque nós estamos de braços abertos para todos”, disse o governador.

Leia a carta do governador na íntegra

“Carta ao povo catarinense

Quem vos escreve é Jorginho Mello, governador de Santa Catarina, nascido e criado aqui, conhecedor dos 295 municípios que formam nosso Estado e eleito por 71% de vocês. Quando me dirijo ao povo catarinense estou falando com você, que é descendente de alemães, com os que carregam sangue italiano, com a colônia japonesa, a açoriana, a venezuelana, a russa, a ucraniana. Com os vizinhos gaúchos e paranaenses que vieram pra passear e fincaram raízes aqui, com o paulista, o nordestino, o goiano. E também com quem nasceu em Santa Catarina, entre eles os caboclos do meio Oeste, com quem me identifico.

A gente se orgulha de viver aqui, né? Um estado pequeno em território, mas gigante em tanta coisa. Nossos indicadores reconhecem a nossa grandeza na qualidade de vida, na natureza, no turismo, na indústria, no comércio, na gastronomia, na segurança e por aí vai. É de encher o peito de orgulho quando a gente vê a pequena Santa Catarina nos pódios.

Mas parece que estamos incomodando. Vez ou outra tem alguém falando mal, colocando rótulo, inventando história. Quando é comigo eu fico bravo, mas deixo passar. Sei que homem público está sujeito a essas coisas, e desde os 18 anos estou na política.

Agora, quando falam mentiras sobre o povo catarinense, é minha obrigação sair em defesa de vocês.

Começou com uma notinha aqui, um post ali, e em pouco tempo foi se criando uma narrativa de que o catarinense é nazista. O auge dessa ofensa ao nosso povo veio em forma de um artigo em jornal de circulação nacional. A pretensa jornalista que veio passear com a família onde – em Santa Catarina, na nossa linda Urubici – escreveu que havia saudações nazistas em telhados de casas, o que não a surpreendia por estar em um estado onde as pessoas elegeram um fascista. A moça ainda conta que confirmou aos filhos a fake News.

Fiquei indignado de uma jornalista escrever sem apurar. Ela não sabia que escrever nome da família no telhado já era uma tradição de mais de 30 anos dos Heil, justamente para facilitar aos turistas a localização da pousada, quando não havia internet. Que esse sobrenome foi carregado por ilustres catarinenses. Que fascismo e nazismo são crimes imperdoáveis. Que Santa Catarina tem uma Delegacia de Repressão ao Racismo e Crimes Hediondos.

O povo catarinense fica chateado com essas coisas. Mas a moça pode continuar vindo aqui passear com a família, porque nós estamos de braços abertos para todos. Só pedimos que, da próxima vez, se informe antes de escrever. O nazismo começou justamente por quem impunha suas ideias à força.

Nós aqui não somos assim. Somos um povo que sorri, acolhe, gosta de festa, alegria e trabalho. Por isso, volte sempre, moça. Só não toleramos a intolerância.”

Entenda o caso

O caso começou neste domingo (21), com a repercussão do texto de uma jornalista publicado no jornal Folha de S.Paulo, no qual a escritora sugere que o sobrenome da família Heil, pintado no telhado de quatros casas em Urubici, na Serra, é uma saudação nazista.

No texto intitulado “Fui surpreendida por uma saudação nazista”, a escritora narra a viagem feita com o filho para a cidade da Serra. Ela conta que caminhando pela estrada “repleta de araucárias” se deparou com o telhado tomado pela palavra “Heil”.

“Meus enteados […] perguntaram se aquilo era de fato uma alusão ao nazismo. Expliquei que possivelmente, já que Heil, Hitler (Salve, Hitler) era uma conhecida saudação nazista”, escreveu a colunista. O que nos fez pensar na conivência da comunidade à nossa volta. E na das autoridades. Por que a polícia não faz nada?”, segue o texto publicado na Folha.

A reportagem foi publicada às 6h do dia 21 de maio. Às 19h26 do mesmo dia, a Folha publicou uma correção. “É incorreto afirmar que a inscrição Heil no telhado dos imóveis “muito provavelmente” seja uma referência a uma saudação nazista, como publicado em versão anterior deste texto”, escreveu a empresa.

O título da reportagem foi corrigido, com a inclusão de um “possível”: “Fui surpreendida por uma possível saudação nazista”.

Família, Câmara de Vereadores e Alesc se manifestam

Após a repercussão, a família Heil se pronunciou nas redes sociais e a Câmara de Vereadores de Urubici também repudiou a confusão do jornal.

Ainda nesta terça-feira (23), a confusão repercutiu na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina). O deputado Sargento Lima (PL) afirmou que a Bancada do Partido Liberal acionou o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) para apurar a responsabilidade do jornal e da articulista que assinou a matéria.

Gerri Consoli (PSD) e Maurício Peixer (PL) também criticaram a postura da escritora. “Em palestra que fiz fora do Estado fui indagado da cultura do nazismo em Santa Catarina”, registrou Consoli.

Segundo a Alesc, ele negou a existência dessa cultura, mas lembrou do caso de uma piscina com o desenho da suástica no fundo que foi alvo de ação do MPSC.

Fonte: ND
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