Os resultados mostraram que o percentual de pessoas obesas quase triplicou nos últimos 32 anos, passando de 11,9% em 1990 para 32,6% em 2022.
— A gente avalia os idosos acima de 60 anos ao longo do tempo. A nossa primeira pesquisa foi em 2009. Esses dados são coletados em determinados momentos e analisados. O grupo de colaboração tem acesso a esses dados e aí eles analisam junto com todos os outros — diz a pesquisadora.
Os dados relacionados ao Brasil mostram que, entre os adultos, 27 milhões de mulheres eram consideradas obesas em 2022, o que significa um aumento de mais de 20% em relação aos números de 1990. Já entre os homens, o aumento foi de pouco menos de 20%, com um total de 19 milhões de obesos em 2022.
— Aquela obesidade grave, a que a gente chama obesidade mórbida, que causa muitas doenças, a gente já tem de 5 a 7% da população com ela. Por isso que é um ponto de atenção, estamos chegando a níveis críticos. A obesidade já está sendo tratada e encarada assim como foi o tabagismo há 20 anos atrás. — diz o especialista.
Segundo os dados de 2022, pouco mais de 3 milhões de meninas entre 5 e 19 anos são consideradas obesas no Brasil. Um número 11% maior que em 1990. Já entre os meninos, a quantidade de obesos chegou a quase 4 milhões, um crescimento de 14% no período.
— Antigamente, a preocupação com as crianças no Brasil era a desnutrição. Hoje estamos entendendo que a obesidade e sobrepeso estão tomando conta. Isto porque a indústria de alimentos ultraprocessados está crescendo muito. Hoje em dia, um cacho de banana está mais caro do que um pacote de bolacha recheada — explica a nutricionista.
O médico Leandro Avany Nunes reforça que geralmente a doença está ligada à genética. Nesses casos, os pacientes precisam fazer tratamentos específicos para pessoas obesas e não para o comportamento alimentar.
A pesquisadora Suzana aconselha à conscientizar as próximas gerações para mudar este cenário no futuro: