O trânsito seguro é um direito de todos. Neste Maio Amarelo, campanha internacional dedicada à conscientização e à redução da violência viária, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) acende o sinal vermelho sobre um índice alarmante: o aumento da letalidade nas estradas catarinenses. Por conta disso, está sendo disponibilizado o infográfico ‘Acidentes de Transporte Terrestre: A realidade nas estradas’. Com o tema ‘Desacelere. Seu bem maior é a vida’, a iniciativa destaca a responsabilidade coletiva de transformar comportamentos e salvar vidas.
Dados dos Sistemas de Informação da SES, referentes ao período de 2020 a 2024, revelam uma tendência preocupante, especialmente entre motociclistas, o grupo mais vulnerável. Apesar de avanços na resposta hospitalar e de uma leve redução nas internações no início de 2025, os números consolidados ao longo dos últimos cinco anos evidenciam que o trânsito catarinense está mais letal.
“O aumento da gravidade dos sinistros indica a necessidade de fortalecer a prevenção, desde ações de fiscalização e educação até a resposta pré-hospitalar qualificada. O grupo mais afetado é formado pelos motociclistas. Eles são, em sua maioria, homens, jovens e com vidas inteiras pela frente. O Maio Amarelo é mais do que uma campanha, é uma chamada para a consciência coletiva. Reduzir a velocidade, usar equipamentos de segurança e respeitar as leis de trânsito são atitudes que salvam vidas ”, destaca Adriana Elias, chefe de Divisão de Vigilância do Tabagismo e da Violência no Trânsito, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES/SC.
Nesse período, os óbitos aumentaram 11,6%, saltando de 1.356 para 1.513. No ano passado, apenas os motociclistas representaram mais de 35% dessas mortes, com 534 vítimas fatais.

O infográfico ‘Acidentes de Transporte Terrestre: A realidade nas estradas’ foi produzido pela Gerência de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos Não Transmissíveis (GADNT), da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES/SC.
Perfil das vítimas expõe a vulnerabilidade
A análise do perfil das vítimas de acidentes com motocicletas reforça o perigo da situação. Entre 2020 e 2024, 88% dos óbitos envolveram homens, principalmente na faixa etária de 18 a 35 anos — justamente o público com maior exposição em deslocamentos diários, seja a trabalho ou lazer.
Embora as internações referente a acidentes com motociclistas tenham caído 1,8%, o número de mortes subiu 23,6%. Essa disparidade evidencia a gravidade dos acidentes, pois muitas vítimas sequer chegam com vida aos hospitais. Entre os fatores associados, estão excesso de velocidade, imprudência e baixa proteção física do condutor.

Regiões críticas e rodovias de risco
As regiões da Grande Florianópolis, Nordeste e Médio Vale do Itajaí concentram historicamente taxas de mortalidade superiores à média estadual. A capital lidera o ranking de acidentes em áreas urbanas, com mais de 20 mil ocorrências em 2024. Já nas rodovias, as BR-101, BR-470 e BR-282 figuram entre as rotas com maior concentração de sinistros fatais, especialmente em acidentes envolvendo motos.

Impactos além das estradas
Os reflexos da violência vão além da perda de vidas. Em 2024, os custos com internações hospitalares associado aos acidentes com motociclistas ultrapassam R$ 10,9 milhões, com média de R$ 2,1 mil por caso. A tragédia também reflete em danos materiais, perda de produtividade, afastamentos e aposentadorias por invalidez, afetando não só o sistema de saúde pública, mas toda a sociedade. Neste contexto, o Maio Amarelo simboliza o apelo por mudanças.