"BOM DE TRUCO" - 24/07/2025 16:04

Lula sobre Donald Trump e o tarifaço: ‘Se ele estiver trucando, vai tomar um seis’

Presidente ressaltou soberania nacional e disse que não é mineiro, mas ‘é bom de truco’
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (24) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “não quer conversar”, ao falar sobre a ameaça de tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros. “Eu não sou mineiro, mas sou bom de truco. Se ele tiver trucando, ele vai tomar um seis”, declarou o petista em referência ao jogo de cartas.

“Ele [Donald Trump] não quer conversar. Se quisesse conversar, ele pegava o telefone e me ligava. Eu conversei com o [ex-presidente dos Estados Unidos, Bill] Clinton, com o [ex-presidente dos EUA, Barack] Obama, com o [presidente da Rússia, Vladimir] Putin, com o [presidente chinês] Xi Jinping, conversei com o [ex-presidente dos EUA, Joe] Biden. Eu converso com a Índia, com o Canadá, ontem conversei 40 minutos com a presidente do México. [Mas] ele [Trump], não quis conversar”, disse.

A declaração de Lula foi feita durante discurso em Minas Gerais, onde Lula cumpria agenda oficial e anunciou o investimento de R$ 1,17 bilhão para a educação indígena e quilombola.

No discurso, Lula explicou que Trump deu até o dia 1º de agosto para o Brasil se posicionar sobre as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (entenda abaixo) e também sobre a regularização das big techs. “Se não, ele vai taxar o nosso comércio em 50%.”

O chefe do Palácio do Planalto acrescentou que o Brasil é acostumado a negociar. “Já tínhamos feito dez reuniões com os Estados Unidos. Dia 16 de maio, mandamos uma carta para eles, pedindo explicação das propostas que tínhamos feito. Não responderam”, contou.

Lula disse que queria apenas dizer para Trump que o Brasil era composto por indígenas, por descendentes de escravizados, por migrantes europeus, e que o país merecia respeito.

“A nossa soberania é feita por esse povo brasileiro, que produz, que trabalha. Nós temos 8,5 milhões de km² para proteger, temos a maior floresta do mundo, temos o nosso petróleo, o nosso ouro e aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro. A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano”, declarou.

Lula ainda afirmou que não quer um “imperador do mundo” e que “ninguém iria dizer ao Brasil o que temos que fazer”. “Nós somos donos do nosso nariz. Se quiserem negociar, nós negociamos”, reforçou.

Tarifas e sanções de Trump

No início de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano a partir de 1º de agosto.

A medida, segundo Trump, é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além das tarifas estipuladas, o líder norte-americano determinou a revogação do visto do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e de quem ele chamou de “aliados”.

A ação foi tomada após a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está de tornozeleira eletrônica, proibido de acessar redes sociais e com circulação restrita.

A menos de dez dias do início das novas tarifas, o temor sobre a imprevisibilidade das consequências das sanções de Donald Trump aumenta. Em meio à crise, o governo tenta o diálogo, mas não descarta a possibilidade de aplicar a Lei da Reciprocidade — regulamentada na semana passada —, o que desagrada ao setor empresarial.

Tentativa de diálogo

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, já recebeu mais de 120 líderes empresariais no âmbito do comitê criado pelo governo federal para discutir estratégias contra as tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

A primeira reunião do grupo foi realizada há uma semana.

Ao todo, foram realizadas 12 reuniões em quatro dias de rodadas oficiais com a presença de executivos de grandes companhias, presidentes de entidades setoriais e dirigentes de federações da indústria.

O objetivo dos encontros é colher dados técnicos, alinhar posições e preparar uma reação coordenada do Brasil às medidas protecionistas do governo de Donald Trump.

Setores estratégicos foram representados nas reuniões, com destaque para agronegócio, siderurgia, automotivo, mineração, tecnologia e têxtil.

Fonte: R7
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