Santa Catarina não atinge a meta de vacinação contra a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, desde 2017 — há oito anos. Uma especialista alertou para a “ameaça real” que a doença infecciosa representa e comentou sobre a falsa sensação de segurança criada diante de índices preocupantes de vacinação.
A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus que pode provocar paralisias permanentes e até a morte. A transmissão pode ocorrer tanto em crianças quanto em adultos pela via fecal-oral — ou seja, por meio do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca de pessoas infectadas.
Dados da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) apontam que a cobertura vacinal caiu gradativamente desde 2017, última vez em que a meta de 95% foi alcançada. Em 2022, o Estado registrou o índice mais crítico: 86,33%. Em 2024, Santa Catarina atingiu 92,37% de cobertura, mas, até maio de 2025, apenas 87,99% das crianças haviam sido vacinadas.
Segundo a gerente de Doenças Infecciosas Agudas e Imunização da Dive, Arieli Schiessl Fialho, a queda na vacinação contra a poliomielite acende um alerta para o retorno da doença, erradicada no Brasil desde 1994. A especialista reforçou que a vacinação é a única forma eficiente de prevenir a paralisia infantil.
“Por não haver casos de paralisia infantil no Estado há mais de 30 anos, criou-se uma falsa sensação de segurança. As pessoas passaram a acreditar que a doença não pode voltar. É preciso retomar as coberturas para que nem a pólio nem outras doenças imunopreveníveis voltem a ser uma ameaça em nosso país”, afirmou.
Como funciona o esquema de vacinação contra a poliomielite
Recentemente, o Ministério da Saúde alterou o calendário de vacinação da doença, deixando de utilizar a vacina oral e adotando apenas a injetável. A imunização contra a poliomielite é indicada para todas as crianças menores de cinco anos, no esquema de três doses e uma dose de reforço:
- 1ª dose: 2 meses com a vacina injetável (VIP)
- 2ª dose: 4 meses com a vacina injetável (VIP)
- 3ª dose: 6 meses com a vacina injetável (VIP)
- Reforço: 1 ano e 3 meses com a vacina injetável (VIP)
