
O número de brasileiros que deixam de pagar as dívidas no prazo voltou a subir em julho. É o que mostra a nova pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que contabilizou 30,2% de inadimplentes no mês – taxa 0,5 ponto percentual acima do observado em junho e a maior desde setembro de 2023.
Segundo os dados, o tempo de inadimplência também aumentou, com 47,5% dos consumidores com contas em atraso estando nesta situação há mais de 90 dias. O cartão de crédito segue como o principal meio de endividamento dos brasileiros (84,5%), seguido dos carnês (16,8%) e crédito pessoal (10,6%).
Em relação ao endividamento, o percentual ficou estável, em 78,5%. Ainda foi observado que a tendência de redução dos prazos firmados para os pagamentos se manteve pelo sétimo mês consecutivo, com as dívidas superiores a um ano alcançando 31,5%. Em contrapartida, o comprometimento em curto prazo cresceu.
Os economistas apontam que tais resultados emitem um alerta de que as famílias de baixa e média renda e o público feminino têm passado por maiores dificuldades financeiras, uma vez que os grupos apresentaram piora tanto no endividamento quanto na inadimplência. Um ano atrás, a inadimplência era de 28,8%, com 11,9% dos entrevistados declarando não ter condições de pagar os débitos.
“O aumento do número de famílias que já não conseguem pagar suas dívidas e a estagnação do endividamento indicam que os brasileiros estão no limite de sua capacidade de contrair novas dívidas. A redução dos prazos mostra um uso cada vez mais defensivo do crédito. Esse comportamento exige atenção das autoridades para que se evite uma estagnação no comércio e nos serviços”, pontua o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.