SEGURANÇA - 27/08/2025 11:19 (atualizado em 27/08/2025 11:58)

‘Entre Lobos’: investigação em SC soma 500 vítimas em fraude milionária com créditos judiciais

Uma nova fase da Operação Entre Lobos aconteceu nesta semana e resultou na apreensão de sete veículos; número de vítimas do esquema de estelionato subiu para 500
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Uma nova fase da Operação Entre Lobos apreendeu sete veículos em cidades do Oeste de Santa Catarina entre segunda e terça-feira (26). O número de vítimas do esquema de estelionato também aumentou e já chega a cerca de 500 pessoas lesadas.

Sete veículos foram apreendidos em cidades do Oeste de SC durante nova fase da Operação Entre Lobos. – Foto: MPSC/ND

A operação, realizada pelo Gaeco (Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas) e coordenada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), apura a atuação de um grupo que usava empresas e escritórios de advocacia como fachada para comprar créditos judiciais por valores muito baixos e se apropriar de montantes milionários.

Segundo o MPSC, os veículos foram apreendidos em Chapecó, Xanxerê, Pinhalzinho e Caibi. Os automóveis, adquiridos com recursos supostamente ilícitos, serão destinados ao uso das forças de segurança da região.

Até o momento, 14 investigados foram denunciados pelo MPSC pelos crimes de organização criminosa, estelionato contra idosos e patrocínio infiel. Oito deles estão presos preventivamente, sendo cinco advogados. Outras seis pessoas cumprem medidas cautelares.

Operação Entre Lobos

Conforme a investigação, os criminosos são suspeitos de se apropriar de mais de R$ 6 milhões em créditos judiciais, pagando às vítimas valores irrisórios. Em alguns casos, as vítimas recebiam menos de 2% do que elas teriam direito.

O golpe começava com o oferecimento de ações revisionais de contratos bancários. Muitas vezes, os processos eram ajuizados sem que as vítimas compreendessem do que se tratava.

Depois disso, os alvos eram induzidos a assinar contratos de cessão dos valores que teriam direito a receber ao fim da ação. As empresas que apareciam como compradoras dos créditos eram, segundo a investigação, fachadas da organização criminosa.

A estrutura usava o IDAP (Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista), uma entidade de fachada com atuação nacional, para captar vítimas pela internet. O site institucional era usado para coletar documentos e autorizações.

Os créditos judiciais, em geral, já garantidos pela Justiça, eram vendidos pelas vítimas por valores muito abaixo do devido, às vezes com diferença de mais de R$ 100 mil.

Vítimas recebiam R$ 2 mil por créditos de mais de R$ 100 mil

A investigação mostra a desproporção nos valores pagos:

- Uma vítima com crédito de R$ 146 mil recebeu R$ 2,5 mil (1,71%);

- Outra, com direito a R$ 117 mil, recebeu também R$ 2,5 mil (2,12%);

- Em um terceiro caso, a vítima com crédito de R$ 115 mil recebeu apenas R$ 2 mil (1,73%).

Esquema com atuação nacional

A organização criminosa atuava principalmente em Santa Catarina, Ceará, Alagoas e Rio Grande do Sul, com movimentações também no Paraná e planos de expansão para São Paulo e outros estados. O site do IDAP, segundo o Gaeco, abrangeu ao menos 37 comarcas nos estados do Sul.

A operação Entre Lobos busca desmantelar toda a estrutura da organização, garantir o bloqueio de bens e promover a responsabilização dos envolvidos. O foco também é proteger as vítimas e assegurar o possível ressarcimento dos valores desviados.

Orientação às vítimas

Quem se reconhecer como vítima do esquema deve procurar a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para registrar um boletim de ocorrência. O caso será encaminhado ao Ministério Público.

Também é possível entrar em contato com:

Promotoria de Justiça de Modelo (SC) – WhatsApp: (49) 99200-7462
Ouvidoria do MPSC – E-mail: [email protected] | Telefones: 127 ou (48) 3229-9306 (das 9h30 às 19h)
Fonte: ND+
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