Uma nova fase da Operação Entre Lobos apreendeu sete veículos em cidades do Oeste de Santa Catarina entre segunda e terça-feira (26). O número de vítimas do esquema de estelionato também aumentou e já chega a cerca de 500 pessoas lesadas.

A operação, realizada pelo Gaeco (Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas) e coordenada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), apura a atuação de um grupo que usava empresas e escritórios de advocacia como fachada para comprar créditos judiciais por valores muito baixos e se apropriar de montantes milionários.
Até o momento, 14 investigados foram denunciados pelo MPSC pelos crimes de organização criminosa, estelionato contra idosos e patrocínio infiel. Oito deles estão presos preventivamente, sendo cinco advogados. Outras seis pessoas cumprem medidas cautelares.
Operação Entre Lobos
O golpe começava com o oferecimento de ações revisionais de contratos bancários. Muitas vezes, os processos eram ajuizados sem que as vítimas compreendessem do que se tratava.
Depois disso, os alvos eram induzidos a assinar contratos de cessão dos valores que teriam direito a receber ao fim da ação. As empresas que apareciam como compradoras dos créditos eram, segundo a investigação, fachadas da organização criminosa.
A estrutura usava o IDAP (Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista), uma entidade de fachada com atuação nacional, para captar vítimas pela internet. O site institucional era usado para coletar documentos e autorizações.
Os créditos judiciais, em geral, já garantidos pela Justiça, eram vendidos pelas vítimas por valores muito abaixo do devido, às vezes com diferença de mais de R$ 100 mil.
Vítimas recebiam R$ 2 mil por créditos de mais de R$ 100 mil
- Uma vítima com crédito de R$ 146 mil recebeu R$ 2,5 mil (1,71%);
- Em um terceiro caso, a vítima com crédito de R$ 115 mil recebeu apenas R$ 2 mil (1,73%).
Esquema com atuação nacional
A operação Entre Lobos busca desmantelar toda a estrutura da organização, garantir o bloqueio de bens e promover a responsabilização dos envolvidos. O foco também é proteger as vítimas e assegurar o possível ressarcimento dos valores desviados.
Orientação às vítimas
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