
Em seu depoimento, Cláudia descreveu uma rotina de abusos e controle que, segundo ela, antecederam o crime. A ré relatou episódios de agressões verbais e físicas, além de ameaças de morte. Um dos momentos mais tensos, segundo seu relato, ocorreu quando ela planejava viajar com colegas e os filhos, e o marido teria dito: “Se você for, eu mato você. Quer ir? Vai. Mas quando voltar eu mato você”.
A ré afirmou que, após um ano e meio de terapia, passou a entender que vivia uma relação abusiva. Ela alegou ter tomado a decisão de matar o marido por acreditar que não sobreviveria àquela situação. Cláudia relatou ter substituído os remédios naturais do marido por comprimidos de um sonífero, o zolpidem.
Cláudia declarou que, após a morte do marido, se sentiu em um pesadelo e não soube como agir. Ela afirmou que sua intenção inicial era esconder o corpo e se entregar, mas que hoje se questiona por que o colocou no freezer. "Eu não sei por que coloquei ele no freezer, até hoje me pergunto o porquê", disse. Ela negou ter agido de forma "fria e calculista" e expressou arrependimento, especialmente pelo impacto do crime na vida de sua filha, que, apesar de tudo, a perdoou.