
Um levantamento exclusivo feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) à pedido do NSC Total mostra que, de janeiro a agosto de 2025, a rodovia registrou 867 acidentes, com 67 mortes. No mesmo período de 2024, o volume de acidentes foi maior — 944 registros até agosto, com 82 mortos. Ou seja, neste ano houve uma redução no número de acidentes e mortes, mas a proporção de vítimas fatais em relação ao total de ocorrências cresceu. Em 2025, há uma morte a cada 12,9 acidentes; no mesmo período do ano passado, a relação era de uma a cada 11,5.
Conforme o levantamento da PRF, os meses mais letais de 2025 até agora foram maio, junho e julho, com 13, 11 e 12 mortes, respectivamente. Os dois últimos, inclusive, superaram os óbitos do ano passado.
Os dados mostram que 2024 foi um ano atípico, com os maiores índices de acidentes e mortes dos últimos cinco anos. Já 2025 segue uma tendência de melhora, porém ainda acima de patamares de 2021 a 2023 — quando os totais de óbitos até agosto ficaram entre 54 e 58 mortes, bem baixo dos 67 deste ano.
A BR-282 é uma das rodovias mais longas do Estado, e cruza Santa Catarina indo da Grande Florianópolis até a Argentina. De acordo com a PRF, o trecho com mais acidentes é a Via Expressa, que somou 161 em 2025, nos quais 185 pessoas ficaram feridas e cinco morreram. Conforme a corporação, o segmento tem características únicas, pois inclui seis faixas de rolamento, volume médio diário de 100 mil veículos e trânsito quase unicamente urbanizado.
No interior do Estado, o trecho mais perigoso é o do km 500 ao 510, que passa por Xanxerê. Em 2025, foram registrados 25 acidentes, com 27 feridos e dois mortos. Segundo a PRF, o trecho é usado por veículos de carga com produtos do agronegócio e também é altamente urbanizado, usado por moradores da cidade para se deslocar entre bairros e para a cidade vizinha, Chapecó.
De acordo com a instrutora e especialista em trânsito, Márcia Pontes, a BR-282 enfrenta dificuldades históricas ligadas às características da rodovia, que passa por áreas com muitas curvas e morros:
— Tudo o que se produz no Estado passa por ali. Carecemos de duplicação, não existem faixas adicionais. A sinalização é ruim, muitas vezes depredada, vegetação avança no acostamento, há deformidade no asfalto pelo peso dos caminhões. O acostamento é estreito, o que torna paradas de emergência perigosas — pontua.
Segundo o departamento, o Contorno de Santo Amaro da Imperatriz, cujo projeto de sete quilômetros inclui túneis, viadutos e ponte, está em fase final. Também está em andamento futuras terceiras faixas entre Águas Mornas e Alfredo Wagner, atualmente em elaboração.
Veja a nota do Dnit
Outro destaque é o projeto de engenharia do Contorno de Santo Amaro da Imperatriz, atualmente em fase final de elaboração. O trecho de aproximadamente 7 quilômetros incluirá dois túneis, cinco viadutos e uma ponte, criando uma alternativa ao tráfego urbano de Palhoça e Santo Amaro. O investimento nessa etapa é de R$ 6,3 milhões.
No município de Palhoça, o anteprojeto de implantação das vias marginais da BR-282, entre o km 15 e o km 18, está concluído. No momento, tramitam os procedimentos administrativos entre a Prefeitura de Palhoça e o DNIT para a celebração do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), referente à doação do anteprojeto. Após essa etapa, será realizada a aprovação do documento e, na sequência, a licitação da obra. A formalização do ACT e a aprovação do anteprojeto estão previstas para este ano.
Na região de Maravilha, as obras de construção das vias marginais seguem em execução. Com investimento de R$ 40 milhões, o trecho de 3,4 quilômetros contempla a construção de uma ponte sobre o Rio Iracema, ciclovia, rótulas alongadas e dispositivos de retorno. As equipes realizam, atualmente, serviços de estaqueamento e limpeza da área. A previsão de entrega é junho de 2026.
As ações de conservação e recuperação da BR-282/SC estão sendo executadas em toda a sua extensão. No Oeste catarinense, o Governo Federal destinou R$ 373 milhões para serviços em diversos trechos da rodovia.