CLIMA - 19/07/2023 19:50

ONU alerta para ondas de calor cada vez mais intensas; saiba como isso afeta SC

Anúncio feito pela entidade prevê novos recordes de calor em todo o planeta. Em julho, o mundo já registrou o dia mais quente da história e o hemisfério norte sofre com altas temperaturas
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O mundo deve ficar ainda mais quente. Foi este o alerta emitido nesta terça-feira (18) pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) durante conferência em Genebra, na Suíça. Segundo o órgão, vinculado à ONU, ondas de calor extremas devem piorar nos próximos meses em todo o planeta.

Países do Hemisfério Norte vêm sendo duramente castigados pelo calor, que já chegou aos 52,2°C na China, no último domingo (16). Este foi o dia mais quente da história do país.

Para os próximos dias, todo o continente asiático, América do Norte e a Europa também estão sob alerta. A ilha mediterrânea da Sardenha, Itália, pode ter máximas de mais de 47°C.

Segundo o cientista da OMM, John Nairn, que estuda as altas temperaturas, a situação atual, já alarmante, deve piorar. “O fenômeno El Niño, recentemente declarado, vai apenas amplificar a incidência e intensidade de ondas de calor extremas”, afirma.

Recordes de calor e o dia mais quente da história

O mês de julho tem sido histórico quando o assunto é termômetro nas alturas. Na terça-feira (4), foi estabelecido um novo recorde mundial do dia mais quente da história do planeta, com temperatura média global de 17,18°C. Os dados são do Centro Nacional de Previsão Ambiental.

O mundo nunca tinha registrado temperaturas médias acima dos 17°C e, para especialistas, esse é apenas o primeiro recorde a ser batido.

“Um dos fenômenos notáveis que observamos é que o número de ondas de calor simultâneas no hemisfério norte multiplicou por seis desde os anos 1980. Esta tendência não mostra nenhum sinal de queda”, afirma o cientista da OMM.

No Vale da Morte, nos Estados Unidos, a temperatura ainda no domingo (16), chegou a 53,3°C. A região é conhecida por registrar o dia mais quente da história do planeta em uma só localidade: 56,7°C, em 1913.

Calor extremo x saúde

A preocupação principal das organizações é com a saúde dos moradores das regiões em alerta. Só em 2022, estima-se que mais de 61 mil pessoas tenham morrido pelas condições climáticas de altas temperaturas.

Segundo a OMM, o perigo maior ocorre à noite, já que o corpo humano não é capaz de se recuperar do calor contínuo. A condição levaria a um possível aumento de casos de ataques cardíacos e até morte.

Para a agência, os aumentos constantes dos gases do efeito estufa também são os grandes vilões da situação, e é necessário diminuí-los  “o mais rápido e profundamente possível”.

Como fica SC nessa história

Enquanto no Hemisfério Norte o calor é extremo, no Sul o inverno domina os termômetros. Mesmo assim, a falta do frio característico e constante para a estação, e o vai e vem das temperaturas, mostram o Brasil e Santa Catarina também têm sentido as alterações do tempo.

Para a professora de oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina e pesquisadora sobre mudanças climáticas, Regina Rodrigues, o Brasil segue a mesma tendência mundial de aquecimento.
“Não só a temperatura a média global aumentou, como no Brasil aumentou mais ainda! No mundo, em cem anos, são 1,2 ºC de crescimento, mas aqui no país, esse aumento é de 1,3 ºC”, afirma Regina.

Prova disso, é que depois de enfrentar os efeitos de um ciclone extratropical que causou vários estragos, e dias seguidos de frio extremo nesta semana, Santa Catarina deve ter um ‘veranico‘ no próximo fim de semana.

No sábado (22) o sol volta a predominar em todas as regiões. As temperaturas permanecem amenas durante a manhã, mas se elevam gradativamente até a tarde, permanecendo na casa dos 23°C em boa parte do Estado e ultrapassando os 26°C no Extremo Oeste.

No domingo (23) o calor se intensifica durante a tarde. As máximas devem ser bastante elevadas em relação ao esperado para esta época do ano, atingindo os 25°C em praticamente todas as regiões.

Conforme o meteorologista Piter Scheuer, no Grande Oeste e no Litoral Sul os termômetros devem ultrapassar os 26°C e se aproximar dos 30°C neste dia.

Segundo a Epagri/Ciram, ainda é cedo para prever como serão os próximos meses e a chegada do calor no Estado, mas a expectativa é de um verão com dias ainda mais quentes.

Para Regina, as perspectivas são complicadas, e ameaçam a principal economia catarinense: a agricultura. “Isso tudo (o calor crescente) tem um impacto muito grande para o campo, porque com temperaturas mais altas, a taxa de evaporação da água é mais alta, e mais seco fica o solo. E além desse aumento de temperaturas ser ruim pra agricultura, é também um mau sinal pra saúde humana” finaliza.

Fonte: ND+
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