relatório da OCDE - 23/07/2023 06:29

Brasil é o 2º com maior proporção de jovens que não estudam ou trabalham

Entre 37 países analisados, Brasil perde apenas para África do Sul com maior número de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam e nem possuem emprego
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De 37 países, Brasil é o 2º com maior proporção de jovens nem-nem. – Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

De acordo com relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 36% dos jovens brasileiros não estudam e estão sem trabalho.

A pesquisa analisou 37 países e o Brasil ficou na segunda posição com a maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não estudam e não possuem emprego, perdendo apenas para África do Sul.

De acordo com a socióloga Camila Ikuta, técnica da Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os motivos e a quantidade de jovens que estavam sem estudar e sem trabalhar variam conforme a renda familiar, mas se encontram nessa condição principalmente os mais pobres.

“A maioria são jovens mulheres, que tiveram que deixar de estudar e não trabalhavam para poder exercer tarefas domésticas, criar filhos ou cuidar de idosos ou outros familiares, reforçando esse valioso trabalho, que não é reconhecido como deveria. Nas famílias mais ricas, nessa condição estão jovens de faixa etária mais baixa, geralmente no momento em que estão se preparando para a faculdade”, afirma.

Diagnóstico feito pela Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego revelou que, dos 207 milhões de habitantes do Brasil, 17% são jovens de 14 a 24 anos, e desses, 5,2 milhões estão desempregados, o que corresponde a 55% das pessoas nessa situação no país, que, no total, chegam a 9,4 milhões.
Entre os jovens desocupados, 52% são mulheres e 66% são pretos e pardos. Aqueles que nem trabalham nem estudam – os chamados nem-nem – somam 7,1 milhões, sendo que 60% são mulheres, a maioria com filhos pequenos, e 68% são pretos e pardos.

Impactos

Para a economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Enid Rocha, a pandemia agravou a situação desses indivíduos, que tiveram que interromper a educação e a formação profissional.

“Eles ficaram dois anos nessa situação. E estudos mostram que, quando o jovem fica no mínimo dois anos fora do mercado de trabalho, sem adquirir experiência profissional e sem estudar, ele carrega essa ‘cicatriz’ profissional.”
Segundo ela. é preciso fazer uma busca ativa desses jovens que estão desengajados.

“Saber onde eles estão e oferecer o que está faltando, oferecer uma segunda chance de escolarização. E o mercado de trabalho também deveria procurar esses jovens, dar uma oportunidade por meio, por exemplo, do programa de aprendizagem das empresas, que existem, mas, na verdade, dão preferência para aquele jovem com maior escolaridade”.

Fonte: ND+
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