Quem usar o buscador do Google nesta segunda-feira (22) encontrará um Doodle em comemoração ao Dia da Terra. Ao clicar em uma das imagens – que mostram alguns dos lugares que preservam a biodiversidade do planeta –, o usuário será levado para uma página de pesquisa sobre o progresso no combate às mudanças climáticas.
“As pessoas estão cada vez mais pesquisando maneiras de viver de forma mais sustentável. Hoje, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo observarão o Dia da Terra, um lembrete para praticar hábitos sustentáveis durante o ano e continuar o trabalho necessário para conservar água, eletricidade e outros recursos”, disse o Google.
O lembrete vem após a Terra registrar, pelo 10º mês consecutivo, o mês mais quente da história. Seguno o observatório europeu Copernicus, março teve uma temperatura média superficial de 14,14ºC, número 0,1ºC superior ao recorde anterior, em 2016. O valor também está 1,68°C acima em comparação ao período pré-industrial (1850-1900).
O registro confirma o avanço da crise climática no mundo, causada, sobretudo, pela emissão de gases de efeito estufa, como combustíveis fósseis. A concentração desses gases na atmosfera impede cada vez mais que o calor irradiado pela superfície seja disperso no espaço, aumentando a temperatura média do planeta Terra.
Em janeiro, cientistas da Copernicus já haviam afirmado que a temperatura global iria ultrapassar, neste ano, o limite de 1,5ºC — em relação aos níveis pré-industriais —, estipulado pelo Acordo de Paris. O cenário é preocupante, já que o aquecimento acima da meta provocará consequências extremas para o meio ambiente e a humanidade.
Entre os principais impactos estão o aumento de incêndios florestais, dos períodos de seca e da transmissão de doenças por mosquitos, além da extinção de algumas espécies. Outra consequência é o derretimento em maior velocidade das geleiras, que podem deixar cidades costeiras, como o Rio de Janeiro (RJ), submersas nos próximos anos.
O que pode ser feito?
O combate às mudanças climáticas deve ser feito mundialmente, de forma a conter o aquecimento global em 1,5ºC. Para isso, cientistas apostam na transição energética dos combustíveis fósseis para fontes renováveis, como eólica e solar – que não poluem a atmosfera –, e no desmatamento zero – que ajuda a diminuir a emissão dos gases."A crise do clima é o desafio definitivo enfrentado pela humanidade. Ele é intimamente entrelaçado com a crise de desigualdade, que testemunhamos com o crescimento da insegurança alimentar, o deslocamento de populações e a perda de biodiversidade. É uma ameaça existencial a populações vulneráveis em todo o mundo e, particularmente, às nações insulares", disse a chefe da Organização Meteorológica Mundial, Celeste Saulo.