A empresa de tecnologia Meta modificou a política de privacidade de suas plataformas Facebook e Instagram para ter acesso aos dados públicos dos usuários para treinar sua inteligência artificial (IA) generativa.
Segundo a publicação da big tech em seu site, a tecnologia está sendo aperfeiçoada por meio de "informações disponíveis publicamente e dados licenciados na internet".
Essa prática ajuda a ferramenta a compreender as "diversas culturas e idiomas das comunidades que irão utilizá-la".
A Meta IA será integrada às plataformas da empresa de tecnologia como o Facebook, Instagram e WhatsApp e cumprirá um papel semelhante ao ChatGPT, da OpenAI, podendo interagir com os usuários, criando textos e imagens.
"Também podemos usar informações que as pessoas compartilharam publicamente sobre os produtos e serviços da Meta para alguns de nossos recursos de IA generativa. Essas informações podem incluir postagens ou fotos públicas e suas respectivas legendas", diz o comunicado.
Segundo o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, em anúncio feito no evento Conversations, em São Paulo, no começo de junho, o chatbot chega ao Brasil a partir de julho.
E como isso acontece?
O grande modelo de linguagem de IA (LLM) funciona como um cérebro, que absorve informação e aprende tarefas.
Ou seja, quando você faz a leitura de um livro, você entende sua história, os personagens, a narrativa e o nosso cérebro vai absorvendo essas informações e logo, você tem uma compreensão e um aprendizado sobre o que é o assunto ou história deste livro.Com a IA é basicamente a mesma coisa. Só que o LLM absorve e aprende com as informações disponíveis na internet, que tem um imenso volume de dados, textos, números, documentos e imagens, para depois reproduzir aquilo que aprendeu na interação com os usuários na rede.
A Meta AI vai fazer isso com todas suas fotos, publicações e comentários públicos disponíveis no Facebook, que tem mais de 2,9 bilhões de usuários ativos, mais de 109 milhões só no Brasil; no Instagram que tem mais de 2 bilhões de usuários ativos, 113 milhões só no Brasil; e no WhatsApp, que tem mais de 2 bilhões de usuários, destes 169 milhões no país.
Com esse volume de usuários, e informações produzidas a todo tempo nestas plataformas, a Meta vai resgatar esses dados públicos das redes socais para treinar e aprimorar a sua inteligência artificial.
Saiba como impedir o uso de dados pela IA da Meta
O comunicado publicado pela Meta em 22 de maio, que informa a novidade, conforme manda a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garante aos usuários de internet no Brasil o direito de se opor ao usufruto das informações pela big tech.Siga o passo-a-passo para desabilitar:
Abra o Instagram e acesse a página do seu perfil;
Toque nas três barrinhas horizontais no canto superior direito da tela;
Toque em 'Sobre';
Depois, escolha a opção 'Política de Privacidade';
Toque de novo nas três barrinhas horizontais no canto superior direito da tela e role a página para baixo;
Toque na opção 'Outras políticas e artigos' e escolha 'Como a Meta usa informações para recursos e modelos de IA generativa';
Role até o tópico 'IA generativa' e escolha a opção 'direito de se opor';
Escolha seu país, informe seu endereço de e-mail e justifique o motivo de se opor ao uso dos seus dados.
Após estes passos, a Meta confirmará o preenchimento do formulário enviando um código para o e-mail que você informou na sua requisição;
Após o envio, a Meta analisará seu formulário e enviará uma resposta por e-mail.