A Justiça entendeu que o envolvimento emocional causou dano moral ao cônjuge. A mulher diagnosticada erroneamente chegou a ser submetida a três das dez sessões de quimioterapia prescritas antes que o erro fosse identificado.
Em sua decisão, o desembargador João Marcos Buch definiu as indenizações em R$ 75 mil para a mulher diagnosticada e R$ 20 mil para o companheiro. A cooperativa médica tentou argumentar para o pedido ser definido como improcedente ou tivesse o valor reduzido.
Segundo o desembargador, o dano moral por ricochete “não exige demonstração de prejuízo patrimonial ou de atos concretos de cuidado, mas sim de sofrimento psíquico decorrente da experiência vivida ao lado da vítima direta”.
Sobre a indenização à mulher, o Tribunal considerou que o diagnóstico de carcinoma mamário invasivo violou sua dignidade. “Representa uma ruptura na vida do paciente, que passa a conviver com o medo da morte, a expectativa de sofrimento, a angústia da mutilação e a incerteza sobre o futuro”.